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Maria Clotilde Moreira - Participante do Café Memória de Oeiras


"Palavras e sonhos" - CAFÉ MEMÓRIA E A PRAIA DE SANTO AMARO

"Pois aconteceu no último sábado de Agosto. As responsáveis do Café Memória de Algés organizaram uma surpresa. Pelas dez da manhã subimos para a camioneta da C.M.Oeiras e parámos no Jardim de Santo Amaro de Oeiras e devagar lá descemos até à praia. Foi mesmo muito agradável andar no passadiço estável que se estende pela areia até à zona que nos tinha sido reservada. Puxaram-se as cadeiras, montaram-se os chapéus, algumas ficaram em fato de banho. E claro fixou-se o painel indicando que estávamos com o Café Memória. As responsáveis ajudaram a espalhar o creme de protecção, ouviram-se algumas recordações de idas à praia.

Depois começámos a interiorizar o espaço: muita gente, dois bombeiros voluntários a ajudar. O rapaz ficou mais com os visitantes do Café Memória, a senhora estava a dar apoio aos utilizadores de um espaço ali reservado para quem se movimenta em cadeira de rodas. É que esta praia tem disponível uma “cadeira” especial que transporta as pessoas com dificuldades até à água e com a ajuda da voluntária.

À entrada, uma banca disponibilizando cinzeiros. A praia dispõe de casas de banho adaptadas às pessoas que se movimentam com dificuldades dando-lhes a privacidade que precisam. Do que fui registando, esta iniciativa que já tem alguns anos começou com propostas da CERCIOEIRAS e os utentes de mobilidade condicionada da Centro Nuno Belmar da Costa podem vir nas suas cadeiras automáticas até aqui. E nós à sombra dos chapéus fomos comendo umas fatias de bolo e bebendo umas garrafinhas de água que o calor era muito, e sabendo que esta iniciativa de praia com apoio a pessoas com dificuldades é só até ao fim de Agosto e começaram as interrogações porque não se devia alargar.

Este ano ainda não tinha ido à praia e aproveitei para ir até à borda de água molhar os pés e aconteceu um milagre: comprei uma bola de Berlim, daquelas muito fofas com creme. As bolas de Berlim só são espectaculares na praia, tiradas dentro das caixas que os rapazes de chapéus de abas largas transportam apregoando: “bolinhas…as…as” de Berlim! Era assim quando, muito miúda, corria pela praia de Paço de Arcos. Mesmo as melhores pastelarias não têm à venda as bolas fofas e saborosas vendidas à borda de água nas nossas praias. E pelo meio-dia pegámos nos nossos sacos e lá viemos até ao Jardim de Santo Amaro de Oeiras apanhar a camioneta que nos trouxe de regresso a Algés. Estas iniciativas do Café Memória de Algés vão tornando estes encontros mensais numas horas muito agradáveis de convívio."

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